sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Exílio

Do Grito que dei só resta o Eco,
Que à boca retorna deixando amargo gosto
Do sentimento; com o hálito seco
A lágrima que corta o rosto.

O riso na face figura, mas só faz privar do espelho
O que cravado na alma está em segredo.
Não há mesmo jeito sem no peito amor;
Nesta valsa errante - pra lá e pra cá - do pierrot

Faço jus ao exílio que vivo?
Neste ver passar da vida, passivo.
Neste exílilo sem ao menos a lembrança do sabiá.
Montando alheia Quimera embriagada - pra lá, pra cá.

E Deus? - Cavalga pomposo em seu alasão
Acena sorrindo em meu febril delírio.
Me abandonaste? - Ilusão.
Larga as rédeas para aplaudir meu martírio...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Confessional

Confesso que quando te vejo,
Desejo o que parece lascivo;
Mas ainda que queria teu beijo,
Minha'lma alegra com teu riso.

Confesso que quando te fito
É simpatia, não minto!
Mas se passas e não me olha
Tomo em paciência, espero a hora.

Confesso que aperto no peito sinto
E do amor indagado minto.
E a mão delatando teme,
Quando entrega-te esses versos, treme.

Confesso que o medo gela
E da boca a fala foge.
Confesso que esse bobo sorriso que vês
Também tem o seu nome.

Confesso que para mim não basta
Entregar-te esses versos, poesia.
Por isso também me entrego:
É teu, meu coração, maria.