quinta-feira, 18 de junho de 2009

O poema

Que outro sentido tem o poema
se não o de aliviar a alma.

Que outro sentido tem a alma
se não, aos corpos inóquos, dar luz.

Que outro sentido tem a luz
se não de iluminar o que é escuro.

Que sentido tem o escuro
se não o de provocar mistério.

Que outro sentido tem o mistério
se não de ser revelado.

Que sentido tem a revelação
se não de evidenciar a mentira.

E - por Deus - que sentido tem a mentira
se não de descrever o homem.

Mas que sentido tem o homem
se não fazer poesia.

terça-feira, 16 de junho de 2009

O passado


Sombras se forjam onde
outrora repousava meu caminho.
Intrépidas,destemidas, insolúveis
no passado que me embriaga.

Brotam de solo infértil
lembranças que já deviam estar esquecidas.
Lembranças que deixam o homem estéril,
A mulher nua, a criança adormecida.

Passado, esse balaço errante,
mesmo que estático.
Ora se confunde com o que há de ser,
Ora é enigmático.