sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Exílio

Do Grito que dei só resta o Eco,
Que à boca retorna deixando amargo gosto
Do sentimento; com o hálito seco
A lágrima que corta o rosto.

O riso na face figura, mas só faz privar do espelho
O que cravado na alma está em segredo.
Não há mesmo jeito sem no peito amor;
Nesta valsa errante - pra lá e pra cá - do pierrot

Faço jus ao exílio que vivo?
Neste ver passar da vida, passivo.
Neste exílilo sem ao menos a lembrança do sabiá.
Montando alheia Quimera embriagada - pra lá, pra cá.

E Deus? - Cavalga pomposo em seu alasão
Acena sorrindo em meu febril delírio.
Me abandonaste? - Ilusão.
Larga as rédeas para aplaudir meu martírio...

Um comentário:

  1. Pedro, confesso que quando me disse que escreveria algo sobre seu Pierrot, não imaginei que seria algo assim: tão bonito, tão simples, tão bom...
    É como se agora eu lesse meus pensamentos, que não conseguia traduzir em palavras, talvez por não ter condições, ou até mesmo não ter coragem.
    Ficou ótimo!
    Parabéns!
    Thiago

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