sábado, 19 de dezembro de 2009

Anjinha

Tu não vês anjinha,
Mas não porque não podes,
Que entre todas essas odes
Escapa uma pérfida lágrima:
É tua e é minha.

E em teu sal está tristeza
Metida em porção infinda.
Lastimando trai-te a cara
E triste ainda, desnuda-te a alma.
Faltando à fé jurada, escorre calma.

Mas não carregue em teu peito, lindo anjo,
Toda a dor deste eivado mundo.
Ouça este desarranjo profundo,
Sou eu que cá neste ignoto canto,
Canto sim, a roubar para mim, teu pranto.

Amar-me, minha anjinha, não carece
Deixa, deixa só essa alma que padece,
Mas ouça bem o último suspiro de meu canto...
Há muito chove a tristeza de teu pranto,
Dá-me tua lágrima, pois te amo
-sincero e tanto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário